terça-feira, 16 de junho de 2009

Grevistas exigem fim de curso para professor

Aula à distância para docente da rede pública entrou na lista de reivindicações

SÃO PAULO - Entre as bandeiras de reajuste salarial, aumento de benefícios e mais recursos para permanência estudantil, o movimento grevista da Universidade de São Paulo (USP) incluiu em suas reivindicações o fim de um projeto que está começando a se concretizar: a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Idealizada pelo secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, ex-presidente da Fapesp e ex-reitor da Unicamp, ela pretende usar a chancela das três universidades estaduais paulistas para oferecer cursos semipresenciais para professores, de preferência da rede pública. O projeto é também uma das principais ações da pasta, polêmica desde sua criação, e não deixa de ser uma alternativa paulista ao programa de formação do Ministério da Educação (MEC), que tem como um de seus pilares a Universidade Aberta do Brasil, também com cursos semipresenciais.

Criada no fim do ano passado por decreto do governador José Serra (PSDB), este ano a Univesp começou a ganhar forma. A Unesp anunciou a criação de um curso semipresencial de Pedagogia, com previsão de início no segundo semestre. O curso foi aprovado em dezembro pelo Conselho Universitário da instituição. Em fevereiro, o Conselho Universitário da USP aprovou a criação de um curso de Licenciatura em Ciências semipresencial, com vestibular marcado para 2 de agosto. Serão oferecidas 360 vagas e professores da rede pública da educação básica, público alvo do curso, receberão bônus na nota final. O início das aulas está previsto para o dia 21 de setembro.

O curso da USP funcionará nos câmpus da capital (90 vagas), de São Carlos (90 vagas), de Piracicaba (90 vagas) e de Ribeirão Preto (90 vagas). Parte das aulas será ministrada presencialmente aos sábados – será usado o sistema de videoconferência. O restante do conteúdo deverá ser acompanhado pela internet. A duração será de quatro anos.

O grande objetivo desses cursos, e sua importância, segundo os defensores, é que, ao associar aulas presenciais nos polos da universidade com o acompanhamento pela internet, por meio de plataformas virtuais, é possível preparar professores que já atuam na rede, mas não têm formação adequada. Os críticos da iniciativa questionam o método semipresencial, vendo nele uma falta de infraestrutura e qualidade. Procurado pelo Estado, o secretário Carlos Vogt não se pronunciou sobre o tema.


[por Simone Iasso, publicado no site do Estadão em 15 de Junho de 2009].

Nenhum comentário:

Postar um comentário